O protocolo de obstetrícia é utilizado para classificar o risco de mulheres grávidas e puérperas (que deram à luz recentemente). As diretrizes deste protocolo buscam acolhê-las com maior agilidade e ética, garantindo um serviço de saúde de qualidade e integração da atenção multidisciplinar para todas.
Quais os objetivos do Protocolo de Obstetrícia?
A utilização de um protocolo obstétrico tem o objetivo de humanizar o atendimento por meio da escuta qualificada às gestantes e puérperas que procuram os serviços de urgência e emergência dos hospitais.
O protocolo de obstetrícia organiza o processo de trabalho e o ambiente hospitalar, melhora o acesso à informação para usuários e familiares sobre a situação de saúde das pacientes, alinham as expectativas de atendimento e tempo de espera.
Além disso, outro objetivo é a utilização do protocolo na classificação de risco que estabelece a prioridade clínica distinguindo as pacientes que necessitam de atendimento imediato, daquelas que possuem um quadro clínico mais estável e podem aguardar um pouco mais pelo atendimento.
Quais os benefícios para os pronto atendimentos que implantam o protocolo de obstetrícia?

- Agilidade nos casos graves em que há risco de morte e por isso demandam urgência.
- A informação do tempo de espera alinham as expectativas dos pacientes e acompanhantes, garantindo mais uma vantagem a quem implementa.
- As equipes são integradas, ocasionando o envolvimento de profissionais da saúde e aumento do grau de satisfação dos colaboradores.
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Recomendações para a implantação do Protocolo de Obstetrícia:
A princípio o acolhimento à mulher deve ser feito de forma imediata.
A priorização sempre será definida por critérios clínicos e não por ordem de chegada, levando em conta os sinais e sintomas apresentados.
Neste sentido é imprescindível proporcionar um ambiente confortável para a paciente e acompanhante enquanto esperam atendimento.
De mesmo modo a classificação de risco é realizada por um profissional de enfermagem de nível superior, mas é importante que todos os profissionais estejam envolvidos e tenham participação nos processos.
Para isto deve-se qualificar todos os profissionais da instituição, recepção, direção, enfermeiros, médicos, serviço social, orientadores do fluxo, estagiários, porteiros, segurança.
Faz parte do processo esclarecer os procedimentos para a gestante e acompanhante, quando houver. Recomenda-se falar sobre a classificação de risco, medicação, observação, exames e encaminhamentos.
Além disso, caso haja vítimas de violência elas sempre terão atendimento prioritário.
Posteriormente, é de extrema importância a gestão e interpretação dos dados que são realizados através da extração de indicadores e relatórios.

Como funciona o protocolo de obstetrícia ?
Acima de tudo a escuta é o principal meio para a tomada de decisão neste protocolo.
Grupo 1 – Vermelha – Emergência
O atendimento é imediato com encaminhamento para a sala de emergência, sala de pré-parto ou bloco obstétrico.
Grupo 2- Laranja – Muito Urgente
A princípio o objetivo é atender em até 10 minutos e encaminhar para consulta priorizada.
Grupo 3- Amarela – Urgente
Atendimento em até 60 minutos e encaminhamento para consulta médica prioritária. Importante: casos com classificação amarela precisam de reavaliação periódica.
Grupo 4- Verde – Pouco urgente.
Atendimento em até 120 minutos e encaminhamento para consulta sem prioridade, informar a paciente sobre o tempo de espera e realizar a reavaliação sempre que necessário. A paciente também pode ser encaminhada para outra unidade de saúde com garantia de consulta médica e ou cuidados da enfermagem.
Grupo 5- Azul – Não urgente
Atendimento em até 4 horas (240 minutos), informar a paciente sobre o tempo de espera e a possibilidade de encaminhamento para outra unidade.
Contudo, é importante ressaltar que todas as pacientes serão atendidas nas unidades se assim desejarem, mesmo se houver a possibilidade de encaminhamento para outra instituição.
Dessa forma, nenhuma paciente deverá ser encaminhada para outra unidade sem a classificação de risco.
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Ter uma conduta bem definida e processos de classificação de risco padronizados fazem com que haja eficiência no atendimento. A humanização no tratamento é o principal foco deste protocolo, assegurando a saúde do bebê, gestante e puérpera.
Rede cegonha

A Rede Cegonha (2011) consiste em um pacote de ações definidas para garantir o atendimento de qualidade, seguro e humanizado para todas as mulheres, tudo dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). Suas resoluções buscam reduzir a mortalidade entre mulheres e crianças, por meio de diversos processos de atendimento.
Objetivos:
- Implantar um Ideal de Atenção ao Parto e ao Nascimento baseando-se em evidências científicas e pilares da humanização;
- Execução de um Modelo de Atenção Integral à Saúde da Criança visando uma infância saudável;
- Organizar redes de atenção de maneira a garantir acesso, vinculação, acolhimento e melhor resolutividade;
- Diminuir a mortalidade materna e neonatal.
Portanto, a abrangência do plano da rede cegonha vai desde práticas de atenção até implantação no território e comunicação social. A estratégia é completa a fim de minimizar a mortalidade infantil e da mulher, bem como garantir os direitos reprodutivos e de contracepção.
1-Rede e práticas de atenção
Primeiramente essa etapa é composta de propostas para melhoria das práticas de atendimento. Garantia do acolhimento, ampliação do acesso e melhoria da qualidade do PRÉ-NATAL, vinculação da gestante à unidade de referência e ao transporte seguro. Assegurar boas práticas e segurança no cuidado ao parto e nascimento. Proteção à saúde das crianças de 0 a 24 meses com qualidade resolutiva, além de ampliar o acesso ao planejamento reprodutivo.
2-Implantação da rede no território
Nessa fase ocorre a pactuação e a parte contratual, faz-se um diagnóstico do plano, contratação de investimentos e equipamentos de ação.
3-Educação e gestão do trabalho
A oferta de cursos em enfermagem obstétrica faz parte do programa que nesta etapa visa também aumentar residências médicas em pediatria e obstetrícia.
4-Mobilização institucional e governança
A mobilização tem por objetivo incluir apoios e conselhos institucionais às redes cegonhas e a elaboração de cartilha de instrução, além da qualificação de uma ouvidoria.
5-Mobilização e controle social
Mobilizar a sociedade civil a participar por meio da comunicação e formar redes apoiadoras através de mídias sociais, ajuda o programa a se estabelecer e se divulgar amplamente.
6–Monitoramento e avaliação
A última fase do programa prevê monitorar indicadores nas redes implementadas.
Gestantes e Puérperas no Protocolo de Manchester
O Protocolo de Manchester é um sistema de classificação de risco que por meio de vários fluxogramas identifica a prioridade clínica de cada paciente.
Ademais é importante ressaltar que o Protocolo de Manchester como classificação de risco, não é um protocolo totalmente voltado para a saúde da mulher gestante ou puérpera. O método é usado para classificação de pacientes e condução do fluxo de atendimento por prioridade do quadro clínico.
Diferença entre os protocolos

Em suma, a principal diferença entre a rede cegonha, o protocolo específico de obstetrícia e o protocolo de Manchester é que para o Manchester a atenção não é voltada somente para problemas envolvendo a mulher e a criança. Para o protocolo de obstetrícia o foco está na mulher gestante e puérpera. Para a rede cegonha a atenção a mulher vai desde o planejamento familiar até o cuidado com a criança que completa 2 anos de vida.
Referências:
https://antigo.saude.gov.br/images/pdf/2016/abril/19/2-a-Rede-Cegonha.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_acolhimento_classificacao_risco_obstetricia_2017.pdf
https://prefeitura.pbh.gov.br/sites/default/files/estrutura-de-governo/saude/2018/documentos/publicacoes%20atencao%20saude/protocolo_pre-natal_puerperio.pdf