O Protocolo de Manchester, amplamente utilizado em unidades de pronto atendimento e hospitais ao redor do mundo, segue evoluindo com o avanço das tecnologias e a necessidade crescente de qualificação do atendimento de urgência e emergência. Desde sua implementação no Brasil, esse sistema de triagem tem sido fundamental para organizar o fluxo assistencial, priorizar atendimentos de acordo com a gravidade clínica e garantir mais segurança aos pacientes.
No entanto, as práticas e diretrizes associadas ao protocolo vêm sendo atualizadas, principalmente com o uso de soluções digitais, inteligência clínica e integração com sistemas de prontuário eletrônico. Neste artigo, reunimos as principais atualizações e novas práticas relacionadas ao Protocolo de Manchester em 2025, com foco nas oportunidades para gestores hospitalares e administradores de UPAs.
O que é o Protocolo de Manchester?
O Protocolo de Manchester é um sistema de triagem clínica estruturado, desenvolvido no Reino Unido e adotado no Brasil como referência na organização dos atendimentos em serviços de urgência. Ele classifica os pacientes em cinco categorias de risco — cada uma representada por uma cor — com base em critérios clínicos e sintomas apresentados no momento da chegada à unidade.
Essa classificação é feita por profissionais de enfermagem treinados, que seguem algoritmos padronizados para identificar a prioridade de atendimento com base na gravidade, e não na ordem de chegada.
Por que o protocolo continua atual?
Mesmo com mais de duas décadas desde sua criação, o Protocolo de Manchester continua atual por sua base científica sólida, flexibilidade para adaptações locais e por ser reconhecido por autoridades de saúde em vários países. No entanto, a realidade hospitalar e as demandas do sistema de saúde mudaram — e o protocolo está evoluindo junto.
Principais atualizações e novas práticas do Protocolo de Manchester em 2025
1. Digitalização e triagem eletrônica
O uso de plataformas digitais para aplicar o Protocolo de Manchester vem crescendo. Em vez de formulários manuais, a triagem é feita por meio de sistemas eletrônicos que registram os dados em tempo real, integram com o prontuário eletrônico e ajudam a padronizar a conduta clínica. Essa digitalização reduz erros e agiliza o fluxo de atendimento.
2. Integração com inteligência clínica
Soluções com inteligência clínica embarcada estão sendo utilizadas para apoiar a tomada de decisão durante a triagem. Esses sistemas utilizam algoritmos baseados em evidências para sugerir a classificação de risco mais adequada com base nos sintomas descritos, sinais vitais e histórico do paciente.
3. Capacitação contínua das equipes
Com a introdução de novas ferramentas e atualizações no protocolo, a capacitação constante das equipes de enfermagem e triagem se torna ainda mais importante. Programas de educação continuada e simulações clínicas são práticas cada vez mais adotadas para garantir a correta aplicação do protocolo.
4. Protocolo de Manchester e sua adaptação para ambientes híbridos
Com o crescimento do pronto atendimento digital, o Protocolo de Manchester começa a ser adaptado também para triagens remotas, onde é possível aplicar critérios clínicos em atendimentos iniciais por telemedicina. Isso amplia o acesso e garante mais eficiência na identificação de urgências reais.
5. Monitoramento e auditoria de indicadores
Outra tendência em 2025 é o uso de indicadores de performance baseados no Protocolo de Manchester, como tempo médio de triagem, taxa de reclassificação e aderência aos critérios clínicos. Esses dados são fundamentais para a gestão e melhoria contínua da qualidade assistencial. O Protocolo de Manchester segue como uma ferramenta essencial para a organização dos atendimentos de urgência, mas seu uso em 2025 exige atualização constante, integração com tecnologias e foco em capacitação. Para gestores hospitalares e administradores de UPAs, entender essas evoluções é crucial para garantir um atendimento mais seguro, eficiente e centrado no paciente.