O que é Sepse, sintomas, tipos e causas

10/07/2020

O que é a Sepse?

A Sepse é uma infecção na rede sanguínea generalizada que se dá por uma resposta exagerada do sistema imunológico contra uma bactéria,vírus, fungo ou protozoário.

A infecção generalizada pode começar como reação a uma pneumonia, infecção urinária, de intestino ou de pele não tratada.

A sepse pode ser considerada uma infecção grave por ser de difícil diagnóstico, uma vez que é muito confundida com uma infecção comum. A falência dos órgãos e o óbito podem ser consequências quando a doença não é tratada adequadamente.

O que causa a Sepse ? 

As bactérias são as principais causadoras da Sepse.

Em geral o próprio organismo desenvolve uma infecção generalizada ao tentar combater uma infecção simples. Isso acontece devido a falta de tratamento ou o tratamento mal feito da doença base.

O sistema imunológico responde a enfermidade enviando uma infecção generalizada na corrente sanguínea que pode comprometer vários órgãos que estavam saudáveis anteriormente.

Dados da Sepse no Brasil

O Brasil é o país da América Latina com a maior taxa  de mortalidade por Sepse  e essa infecção sanguínea é causadora da ocupação de 25% dos leitos de UTI (Unidades de tratamento intensivo) .

A doença gera altos custos nos sistemas de saúde públicos e privados, pois exige a utilização de equipamentos sofisticados, medicamentos caros e demanda muito esforço da equipe médica.

Segundo o Instituto Latino Americano de Sepse essa é a principal causa de morte nas UTIs.

Os casos de sepse chegam a aproximadamente  200 mil casos todos os anos. A mortalidade varia de 28 a 60% de acordo com o tipo de Septicemia.

Você sabe quais são os grupos mais vulneráveis às infecções generalizadas?

Existe determinados grupos de pessoas que são mais suscetíveis a doença por apresentar características propícias para a manifestação da enfermidade.

Os grupos em situação de risco para a Sepse são:

  • Crianças pequenas e recém nascidas;
  • Idosos, acima de 65 anos;
  • Portadores de doenças crônicas;
  • Pessoas com imunodeficiência, AIDS,câncer;
  • Portadores de insuficiência respiratória;
  • Pacientes em tratamento intensivo por muito tempo;
  • Portadores de queimaduras e que fazem o uso de sondas,cateteres e tubos intravenosos.

Sepse possivel em classificação de risco automatizada ToLife

Como alguém desenvolve a Sepse?

A sepse pode ser tanto uma reação a uma infecção por vírus, bactérias e protozoários, quanto pode ser contraída em ambiente hospitalar.

Na maioria dos casos os enfermos são  pessoas que passaram por grandes períodos de internação e adquiriram a doença no hospital. Quanto menor o tempo com a infecção base, menor a chance de ocorrer Sepse.

Em um quadro de infecção sanguínea, há um desequilíbrio no oxigênio disponível e o consumido pelas células. Essa falta de equilíbrio quando não é corrigida, gera  disfunção em um ou diversos órgãos.

Logo,o sistema circulatório na sepse é incapaz de prover fluxo sanguíneo adequado para as funcionalidades dos órgãos vitais. Sendo assim, falta oxigênio e nutrientes para eles, aumentando o acúmulo de glóbulos brancos no sangue.

Portanto, esse amontoado de alterações impedem a manutenção da pressão arterial adequada, ocasionando uma diminuição do subsídio sanguíneo para os órgãos vitais.

Como reconhecer os sintomas ?

Para um tratamento eficaz que evite o agravamento e salve a vida dos pacientes é preciso atenção para a identificar os sintomas da Septicemia o mais rápido possível. Fique atento aos sinais!

Geralmente tem-se os primeiros sintomas da infecção base, problemas no trato urinário, mal-estar, febre. Em casos graves observa-se alteração de consciência, confusão mental, baixa pressão e respiração ofegante. A febre é um sinal que o corpo manifesta de uma possível infecção, por isso se apresentar temperaturas elevadas procure cuidados médicos.

Quanto antes for identificada a Sepse melhores são as chances para o tratamento.

A demora e mau atendimento nos prontos socorros prejudicam o diagnóstico e cura dos pacientes. Para diagnosticar é comum a utilização de métodos de imagem, radiografia, ultrassonografia, ecocardiograma, tomografias computadorizadas e a ressonância magnética.

Esses exames podem ser úteis tanto para o diagnóstico de Sepse, quanto para a avaliação evolutiva da doença.

Outros sintomas de Sepse que podem surgir são:

  • Diminuição da temperatura corporal;
  • Aumento da frequência cardíaca;
  • Sonolência, diminuição da produção de urina.

Paciente com artmia cardia causada pela sepse põe as mãos sobre o peito

Estes sinais e sintomas devem ser prontamente valorizados, pois já denotam um comprometimento orgânico importante.

Como diferenciar os tipos de Sepse e quais as variações entre eles?

Sepse, Sepse Grave e Choque Séptico

Como vimos a Sepse impede que a pressão arterial seja mantida em estado normal e causa uma inflamação generalizada.

A Sepse Grave, por sua vez é um estado mais agudo da enfermidade em que chega menos sangue aos órgãos. A aplicação de soro pode controlar a situação. Nessa fase pode haver alteração no nível de consciência e diminuição no volume de urina. Além de aumentar o risco de mortalidade, os rins e o fígado podem parar de funcionar e o coração ficar mais fraco. Pode acarretar tromboses e hemorragias, levar a coagulação e a falta de oxigenação  dos tecidos, a hipóxia.

O Choque Séptico é a etapa mais avançada da Sepse em que o organismo não respondeu adequadamente aos tratamento nas etapas anteriores ou não foi tratado devidamente. A pressão arterial já não é mais recuperável e o fluxo de sangue ideal para órgãos e tecidos não se regulariza mais. A pessoa deve ser encaminhada para uma unidade de tratamento intensivo e só responderá a medicamentos mais fortes. O encadeamento da  falência circulatória aguda pode levar à morte por choque séptico.

Sepse e classificação de risco

A classificação de risco é um sistema que facilita a definição da prioridade clínica no atendimento, ela baseia-se em uma categoria de sinais e sintomas. Este método garante uma atenção médica de acordo com o tempo de resposta determinado pela gravidade do paciente.

Durante a classificação o profissional (enfermeiro ou médico) deve ouvir a queixa principal e fazer o reconhecimento de discriminadores de acordo com o fluxograma mais indicado.

O método de classificação de risco mais comum no Brasil é o Protocolo de Manchester, de acordo com ele, alguns fluxogramas associam queixas comuns a possíveis sintomas de alerta da condição de Sepse.

Portanto, nesses casos alguns procedimentos pós triagem são realizados para identificar Sepse possível e encaminhar ao tratamento adequado.

No entanto abrir o protocolo de sepse deverá ser uma tarefa para outro momento do fluxo de atendimento, posterior a classificação de risco.

Não é função do profissional responsável pela classificação de risco proceder a abertura do protocolo de sepse.

Esse procedimento poderia prejudicar o processo de triagem e atrasar  a assistência de outros pacientes em situações clínicas ou pós traumática, igualmente ou mais graves que a Sepse.

Os sinais de SIRS (síndrome da resposta respiratória sistêmica) a ser avaliados nos possíveis casos de Sepse, podem ou não estar disponíveis após a classificação de risco, uma vez que a avaliação de critérios de SIRS não é determinada pelo Protocolo de Manchester.

Alguns dos fluxogramas designam a mensuração de sinais vitais de acordo com a queixa do paciente e com os discriminadores que compõem o fluxograma selecionado.

O profissional de saúde para qual o paciente será encaminhado após ser classificado é incumbido de obter os dados vitais não solicitados durante a classificação de risco.

Em pacientes de prioridade clínica urgente, amarela, ou pouco urgente, verde, e laranja, o enfermeiro em geral é o primeiro profissional a ter contato com o paciente na área assistencial. Este profissional pode dar abertura ao protocolo de sepse, prosseguindo no fluxo de atendimento da instituição.

Em razão disso, sua função é garantir a alta sensibilidade na presença de SIRS e/ou disfunção orgânica, ele direciona o paciente ao médico que decide dar abertura, ou não ao protocolo de Sepse.

O médico deve sempre trabalhar com eficiência, evitando o desperdício de recursos.

Em contrapartida, quando as classificações forem vermelho ou laranja, geralmente o paciente é primeira e diretamente atendido pelo médico. Nesses casos é função do médico interpretar corretamente a suspeita de sepse e  fazer a abertura do protocolo quando necessário.

Veja no Fluxogramas abaixo o processo de decisão:

Fluxograma de atendimento e classificação de risco em caso de sepse possível.

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Os principais tratamentos para Sepse

Para o tratamento de Sepse é necessário ter consciência da situação evolutiva da doença. Os cuidados envolvem aplicação de antibióticos e soros por meios endovenosos, controle da glicemia e suporte nutricional, uma vez que os enfermos podem possuir problemas no trato intestinal. Por isso é necessário a administração de nutrientes para evitar a desnutrição.

Semelhantemente a terapia anticoagulante com a presença da proteína C e a ventilação mecânica são indicadas para muitos enfermos com Sepse e em decorrência de insuficiência respiratória aguda. Além das recomendações de aplicação de medicamentos que aliviam a pressão dos vasos sanguíneos.

Dessa forma, todo paciente com diagnóstico de Sepse deve ser avaliado quanto à possível presença de um foco infeccioso que demande alguma intervenção cirúrgica. O controle do foco deve sempre ser feito por retirada de próteses e outros dispositivos infectados, por meio de drenagem de abscessos e outros.

Afinal é possível prevenir a Sepse?

Existem alguns cuidados que podem evitar contrair a Sepse, tais como:

  • Lave bem as mão e mantenha a higiene pessoal, tenha hábitos saudáveis como uma boa alimentação, com todos os nutrientes necessários para manter o bom funcionamento do corpo;
  • Faça exercícios físicos com regularidade;
  • Fique atento e tome todas a vacinas recomendadas,para se manter imune contra vírus e bactérias;
  • Mantenha doenças crônicas sob controle;
  • Não faça automedicação;
  • Caso desconfie de estar com a doença vá ao pronto atendimento informando os sintomas e a suspeita de Sepse;
  • E caso visite alguém em um hospital lave sempre as mãos e passe álcool em gel.

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